Um dos grandes erros que se costuma cometer é não aprender com a História, revisar o passado para não repetir os erros e consolidar os acertos. Sendo assim, não podemos olhar a atual gestão que comandou a PROCERGS de 2019 a 2022 focando em 2022, que é considerado por ela mesma como grande ano. E os anos anteriores? Perderíamos gastar bastante tempo aqui listando todos os momentos difíceis por quais passamos por conta de ações da atual gestão. Vamos citar alguns.
Encerramos 2022 com um quadro de funcionários bem menor que o de 2019. Isso, considerando que tivemos concurso e admissão de funcionários novos (muitas desistências no concurso devido aos baixos salários iniciais). Vivemos na empresa uma reestruturação muito mal planejada em meio à pandemia, que ainda gera problemas em várias áreas da empresa, como a Diretoria de Operações, que tenta se encontrar até hoje, em meio ao caos gerado por tanta desorganização. A forma ditatorial com que é conduzida a “negociação” dos índices de metas no PPR é um risco permanente ao programa.
Foi implantado um Plano de Carreira com novos critérios para promoções por antiguidade por força de Acordo Coletivo (ACT) e das greves, mas em contrapartida sem nenhuma participação dos trabalhadores no mesmo. Foi gravemente destruída a capilaridade da PROCERGS no estado, com o fechamento das Regionais; 61 funcionários, com vasto potencial de colaboração, foram jogados ao vento. Alguns sucumbiram e aderiram ao PDV, outros aceitaram transferência para a Sede em Porto Alegre, sabe-se lá a que custo pessoal, mas mantido ao menos o emprego graças à resistência do sindicato, apelando para inúmeras mediações no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que foram fundamentais para um desfecho menos trágico. Alguns colegas decidiram enfrentar a batalha por respeito e reconhecimento por seus longos anos de dedicação e lutaram por uma cedência em outros órgãos, tendo sucesso na adesão pela SEDUC (Secretaria de Educação), que recebeu os nossos colegas hoje cedidos.
Cabe lembrar que o tratamento da atual gestão para com a representação dos trabalhadores, CT e sindicato, foi dos piores possíveis. Fazia muito tempo que não havia tamanho desrespeito ao não responder a ofícios, negar solicitação de reunião, desfazer compromissos assumidos e só resolver os problemas que a mesma criou, por meio de mediação no TRT. Agem como um cacoete de empresa privada que não respeita seus trabalhadores.
Repor números não recupera a inteligência que evadiu da PROCERGS nesses últimos anos; perdemos muita gente boa, de valor inestimável na TI do RS. Na esfera dos salários, tivemos que travar duras batalhas, com uma grande greve presencial em 2019 e outra, inédita, em home office em plena pandemia, mas necessárias para manter direitos que a direção da empresa queria retirar – e mesmo assim alguns, como os quinquênios e anuênios, foram perdidos. Se hoje temos a reposição da inflação em nossos salários, essa não se deu por bondade da gestão e dos gestores, mas por fortes GREVES.
Enfim, esquecer 3 anos terríveis para os funcionários e apresentar apenas resultados razoáveis em alguns aspectos do último ano, é jogar com a nossa memória. É desrespeito aos “tantos” que foram vitimados por essas arbitrariedades ao longo desses anos, em especial pela área que comemora indicadores negativos, como a ADO e a Gestão de RH.
A ilusão pode até ofuscar, mas não irá mudar o que é REAL. A PROCERGS 2022 encerra menor do que já foi. Há que revigorar em nós, trabalhadores e trabalhadoras, o sentimento de que LUTAR pela PROCERGS pública, bem como pela valorização dos seus profissionais, não é fruto dessas atuais gestões, mas SIM da nossa Resistência.
Nossa LUTA segue!
CT PROCERGS e Sindppd/RS
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