A direção da PROCERGS, novamente, faz plano de cargos de forma autoritária, repetindo 2014.
A representação dos trabalhadores na Comissão paritária, CT e sindicato acompanham a alteração do plano de cargos e salários proposto pela direção da empresa com total apreensão. Em 2014, com o PEFS, aconteceu uma situação bastante semelhante em que a empresa ignorou o trabalho de uma Comissão Paritária, e vimos no que deu: em pouco tempo o plano passou a ser um grave problema para o encarreiramento e ascensão funcional dos trabalhadores, trazendo descontentamento e desmotivação a todo corpo funcional. Essa desmotivação, embora não pareça, influencia diretamente na moral das pessoas, e isso reflete sim no desempenho e comprometimento das equipes. Por isso, lamentável a repetição dos mesmos erros, os quais já colocam em risco esse novo plano mesmo antes de nascer já que, com a recusa das sugestões da paritária, é 100% de autoria da gestão. Como da outra vez, a empresa passa por cima da vontade dos trabalhadores e da Comissão Paritária e impõe um Plano de Cargos sem aceitar NENHUMA PROPOSIÇÃO DO CORPO FUNCIONAL.
A empresa é uma economia mista para ter flexibilidade de poder acompanhar a área de TI, que se reinventa a todo instante. As empresas em geral entenderam a importância da tecnologia da informação, especialmente com o advento da pandemia, e a procura de profissionais só cresce. Todos os dias estamos perdendo profissionais valiosos.
Os gestores do Estado já se deram conta?
O plano atual, o PEFS, é tão inflexível e ruim que qualquer alteração, com certeza, trará alguma melhora. No entanto, a direção da PROCERGS e o grupo designado para fazer este “novo plano” não tiveram nenhuma sensibilidade para aceitar qualquer ajuste vindo da organização dos trabalhadores, e insistem no mesmo erro de sempre: avaliar uma empresa pública de tecnologia de ponta sob a óptica empresarial do lucro acima das pessoas. A tecnologia e a inteligência são totalmente desprezadas por essas gestões; suas premissas são equivocadas e, por isso, o risco de naufragar mais este plano na PROCERGS é gigante.
Este plano, sem participação dos trabalhadores, não muda as carreiras e continua deixando no plano subjetivo a maior parte do crescimento destas. Inclusive, está sendo aprovado por pessoas de carreira na empresa que não são a favor do serviço público. Parece que a única preocupação é com os custos sem perceber, por exemplo, que colocar no plano que as promoções por antiguidade vão se dar de 6 em 6 anos é uma forma de desmotivar totalmente os técnicos que já estão na empresa, que conhecem a inteligência dos sistemas e as necessidades dos clientes da PROCERGS.
O novo plano também não modifica as carreiras e, assim, tememos se haverá atratividade para os novos concursos. Devido à subjetividade nos critérios de promoção por mérito, tememos que logo surjam mais disparidades e injustiças, aumentando, ainda mais, o descontentamento. Sem falar na retirada dos anuênios e quinquênios, patrocinados por estes mesmos que apresentam esse novo plano, outro fator desmotivante para as pessoas.
A representação dos trabalhadores sabe de casos de trabalhadores que pediram para sair ao não terem mais clima com os colegas, pois eram sempre os mesmos que ganhavam promoção. E isso vai continuar.
O novo plano tem itens razoáveis que sempre estiveram nas reivindicações coletivas, como as filas separadas de antiguidade e mérito e maiores índices para as promoções, mas só isso não basta! Realizamos, com mais de 250 trabalhadores, uma assembleia, e desta surgiram recomendações aprovadas por amplíssima maioria que foram totalmente ignoradas.
Voltamos a afirmar que tememos a repetição do histórico do PEFS no qual, após um período de sensação de melhora, os trabalhadores se deram conta da falta de futuro do plano. É inadmissível que a direção da PROCERGS não se dê conta dos equívocos que estão sendo impostos, e é lamentável que tenha o apoio irrestrito de funcionários que estiveram na linha de frente da proposta do novo plano e também estiveram na linha de frente da construção do PEFS, que só tinha um ponto positivo: a melhoria no salário inicial. De resto, só trouxe problemas para a empresa, que resultaram em ações judiciais e prejuízos para dezenas de trabalhadores.
CT PROCERGS e Sindppd/RS
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